O diretor de inovação da Teevo – www.teevo.com.br, Rodrigo Koetz de Castro, falou para mais de 60 empresários do cluster calçadista na noite de quarta-feira, 27 de março, sobre o futuro da indústria a partir da transformação digital. O que precisa ser feito agora para garantir a sobrevivência no futuro foi a tônica da palestra. Rodrigo, que tem mais de 20 anos de atuação na área de digitalização em indústria, fez questão de salientar, já no início da conversa, que os gestores estão preocupados com grandes investimentos e grandes transformações, quando na verdade o que precisa ser feito são ações que levem à transformação digital aos poucos. Na opinião do palestrante, as empresas precisam introduzir a cultura digital junto às suas equipes, e fazer a mudança aos poucos, para dar tempo de incorporar as novidades, e para tornar os projetos viáveis. “A transformação digital é o agora, que vai nos preparar para o futuro, quando chegarmos à próxima revolução da indústria, uma realidade que ainda não temos nem como prever quando chegará”.
“A indústria 4.0 está em desenvolvimento. Uma revolução de mindset está se formando e criando uma plataforma de desenvolvimento para a inovação através da transformação digital”, afirmou o palestrante.
Ele falou ainda da importância de as indústrias terem foco nas suas propostas, citando pesquisas recentes onde a “inovação em processos gera quatro vezes mais resultados que a inovação em produtos”. Outro aspecto salientado pelo palestrante foi o fato de que “juntamente ao planejamento de inovação, é necessário que a empresa tenha informações sobre seus processos, para poder decidir quais os melhores investimentos a fazer para ampliar o impacto de seus esforços”. Estas informações se obtêm a partir da exploração de dados ocultos sobre a realidade da empresa e que a alocação de aportes financeiros de forma assertiva nesses pontos gera reflexos muitas vezes imediatos sobre os resultados financeiros da empresa. As tecnologias que podem ser usadas neste processo de implantação de coleta de dados podem ser muito baratas, salientou Rodrigo.
Os projetos de indústria 4.0 devem colocar à disposição da empresa dados para a tomada de decisão em tempo real. Quando a indústria se transforma permite parar de olhar para os relações tradicionais de causa e efeito dos problemas de produção e se debruçar sobre os modelos de processo e atuar sobre a otimização dos pontos fortes que devem ser replicados. A capacidade de modelar digitalmente a indústria permite repetir processos que estão dando certo, definiu o palestrante.
Rodrigo comentou sobre a confusão que há no mercado quanto aos elementos da transformação digital – para ele os pilares estão focados em transformar a experiência do cliente através de novos modelos de negócios, reduzindo atrito de processos operacionais. Ferramentas como mídias sociais, computação em nuvem, acesso mobile, IoT e Inteligência Artificial são agentes dessa mudança e não a transformação em si.
As previsões de Rodrigo para o cenário industrial do futuro incluem um mercado com lideranças divididas por especialização (com muitos líderes em um mesmo segmento), usuários presentes na cocriação de produtos, uso de inteligência artificial em diversos formatos e intensidades, além de novos modelos de negócios e gestão surgindo rapidamente.
A que as indústrias devem ficar atentas para o futuro próximo em termos de digitalização? “A incrível velocidade 5G, inteligência artificial para todos os gostos, recursos em nuvem para todos os negócios, internet das coisas na área industrial, compartilhamento ao invés da posse, e a economia do improvável estarão presentes no nosso dia a dia, gerando resultados em curto espaço de tempo”. As indústrias precisam estar atentas para a tendência mundial de inovação aberta, criada em parceria com fornecedores e clientes, alerta Rodrigo.